Prezado Antônio Carlos,
A seguir, apresento respostas aos seus questionamentos, com base nas informações que disponho.
- Do total aplicado na renda fixa, hoje, quantos % estão aplicados “na curva” e quantos “a mercado”?
Resp.: Até outubro/22 foi realizada a imunização 43% do Patrimônio Líquido dos planos BD, sendo que ao final de 2021 esse percentual era de 5%. Quanto aos percentuais a mercado x curva, bem como a imunização das carteiras, apresento a seguir a situação atual (out/22) por plano, bem como a posição em dez/21.
- Neste momento, para prover liquidez ao plano, qual as porcentagens de cada modalidade de títulos da renda fixa estão sendo vendidos? E qual, no mês de outubro findo, por exemplo, foi o ágio/deságio médio dessas vendas, para cada modalidade de aplicação em relação ao seu vencimento?
Resp.: Considerando que a sua pergunta envolve aspectos operacionais do dia-a-dia da área de investimentos, os quais não são de conhecimento do CD, recomendo que você envie seu questionamento à área de atendimento da Petros, a qual irá providenciar a resposta junto à área de Investimentos. - Qual o tempo previsto em que, na hipótese mais otimista, haverá o equilíbrio na carteira da renda fixa em função do processo de imunização aprovado pelo CD?
Resp.: A projeção feita pela área de investimentos, quando da aprovação pelo CD, em set/22, foi de até 2,5 anos. Vale ressaltar que essa é uma estimativa que pode variar em função das condições de mercado, tendo em vista que o volume a ser movimentado é bastante elevado e movimentos bruscos podem conturbar as operações.
Finalizo, acrescentando dois pontos que podem surgir dúvidas. O primeiro, é que os títulos adquiridos com validade inferior a 5 anos, obrigatoriamente, devem ser marcados a mercado, visando assegurar a liquidez da carteira. E o segundo ponto é que, apesar de chamar a atenção o percentual de imunização dos planos pré-70, o mesmo se deve em função da antecipação dos valores do TCF-Pré70, ocorrida em março desse ano.
Esperamos ter atendido a sua demanda.
Qual a dificuldade em divulgar mensalmente aos participantes os valores efetivamente pagos pela patrocinadora para os respectivos planos? Se factível seria interessante que houvesse um relatório indicando os valores mensais , discriminando o que é valor de participação ordinária, e o que é valor relativo a obrigações da patrocinadora conforme PED. Acho que esse tipo de informação seria fundamental para que os participantes pudessem saber o cumprimento dos compromissos da patrocinadora para com os planos , independentemente dos recursos auferidos pela PETROS das aplicações de mercado. Afinal antes de tudo a patrocinadora tem que honrar seus compromissos. Isso tem ocorrido?
Bom dia, Manuel Lousada Júnior!
As dificuldades são de ordem operacional e para tanto a Petros está se modernizando, haja vista anos e anos sem investimentos em sistemas operacionais. Maiores detalhes devem ser expostos pela Fundação e a minha rápida resposta é em respeito aos seus questionamentos, sobretudo, legítimos. Concordo plenamente quando você diz: “Acho que esse tipo de informação seria fundamental para que os participantes pudessem saber o cumprimento dos compromissos da patrocinadora para com os planos , independentemente dos recursos auferidos pela PETROS das aplicações de mercado“. Creio eu, que temos avançado nos últimos anos nos quesitos transparência e informação, mas ainda há muito a ser feito. Nós, conselheiros, somos diligentes quanto ao acompanhamento das obrigações da patrocinada e cobramos sempre da Diretoria Executiva da Petros o atendimento ao seu dever fiduciário.
Grato pelos seus comentários.
Abraços, Herval.
Prezado Conselheiro, agradeço a resposta rápida e objetiva.
Pelo que se expõe, dada a baixíssima porcentagem de títulos marcados na curva no início da imunização, combinada com a realidade de que os títulos nesta modalidade só podem ser adquiridos com vencimentos maiores que 5 anos, que a liquidez do plano depende em grande parte da “venda”dos títulos de renda fixa em carteira, compreendo que, no cenário atual, mesmo sem a informação do item b) do questionamento original, a situação é:
a) os poucos títulos marcados na curva passíveis de realização imediata, definitivamente não comportam a necessidade de liquidez perante as obrigações do plano
b) por consequência, está havendo necessidade de venda de títulos marcados a mercado, com desvalorização e consequente prejuízo para o plano
Em função de que a renda fixa representa 70% dos recursos do plano, que a renda variável ainda possui ativos problemáticos e estamos num momento desfavorável em geral, concluo que:
(i) nosso plano encontra-se, para usar um termo talvez ameno, em posição delicadíssima, não só para o momento, como para um horizonte a médio prazo;
(ii) pelo perfil de seus ativos, é um plano bem mais que os demais suscetível às condições do mercado, que como vimos em 2022 não reagiu da forma esperada em 2021, embora suficiente para retirar TODOS os demais fundos fechados da zona de equacionamento;
(iii) explica-se portanto a decisão de implantação imediata deste novo PED, pois há um risco altíssimo de que 2023 não mude ou, até, piore a situação do perfil de nossos ativos.
Prezado Conselheiro, isto explica mas não consola nem justifica a situação dos PPSP-Repactuados. Temos ciência dos motivos principais pelos quais o plano encontra-se nesta situação, e apenas registro aqui, talvez, o óbvio, para pelo menos marcar posição quanto ao futuro da nossa gestão, além do correto manejo dos ativos:
(i) IMPEDIR que qualquer ajuste em função de incorreções cadastrais, seja assumida pelo Plano, sem a responsabilidade das Patrocinadoras
(ii) IMPEDIR que qualquer massa de assistidos descobertos de reserva individual sejam incorporados ao plano por mera liberalidade do gestor ou em decorrência de ações judiciais, sem que as Patrocinadoras assumam o custo
(iii) IMPEDIR decisões que prejudiquem a divisão de recursos ou a assunção de custos entre os planos R e NR, sem embasamento técnico algum e sem publicidade antecipada aos participantes
Conselheiro, a mudança política gerou novas oportunidades. As inúmeras ações judiciais, em valores bilionários, e que continuam “pipocando” contra o plano, são outra fonte de rebaixamento da rentabilidade, pela reserva de valor que demandam. Dentro das atribuições de V.Sas. como Conselho, em face da origem da maior parte das decisões por todos conhecidas que levaram às atuais dificuldades técnicas, certamente o empenho junto à DE Petros, às patrocinadoras, às demais instâncias decisórias, será fundamental para que uma eventual saída negociada venha eliminar ou minimizar em grande parte os valores em equacionamento, é o que todos esperamos, pois tendo agora mais clareza quanto as dificuldades técnico/econômicas, sabemos que o tempo que conta para o equilíbrio do plano não atenderá às necessidades financeira/mental e de expectativa de vida de grande parte da massa de assistidos.