Notas do CD

VOCÊ QUER UM NOVO PED?

Carta dos Conselheiros Deliberativos Eleitos da Petros aos Participantes e Assistidos
Fernando, Norton e José Roberto

Temos a plena certeza de que a resposta de todos os participantes e assistidos seria NÃO.

No entanto, não estamos diante da opção de querer ou não querer, mas sim de uma tomada de decisão com base em fatos e dados, tendo como premissa aquilo que entendemos ser o melhor para os planos cumprindo o nosso dever fiduciário.

Considerando que o Conselho Deliberativo aprovou em 10/11/22 o PED21 para o PPSP-R, nosso objetivo com essa nota é esclarecer algumas dúvidas dos participantes e assistidos, bem como abordar alguns pontos que circulam nas mídias sociais.

Conforme foi amplamente divulgado pela Petros o PPSP-R ao final de 2021 apresentou um Equilíbrio Técnico Ajustado (ETA) de (- R$ 7,74 bilhões), déficit esse acima do Limite Déficit Técnico Ajustado (LDTA) de (-R$ 3,97 bilhões) e, portanto, passível de um equacionamento mínimo de R$ 3,77 bilhões em 2022 pelas normas vigentes.

Tendo em vista que parte significativa desse resultado se deu em função da conjuntura econômica de 2021, onde as taxas de juros subiram, a renda variável caiu e a inflação disparou, o CNPC em 29/06/2022 publicou a Resolução nº 55, a qual a facultou às EFPCs a postergarem o equacionamento do déficit de 2021, somando a ele o resultado de 2022, desde que o resultado deficitário que tenha sido originado pelas variações ocorridas na taxa de juros dos títulos públicos marcados na curva x títulos públicos marcados a mercado.

Isso posto, a PETROS realizou o estudo técnico exigido e constatou que considerando a alocação dos títulos marcados a mercado em marcação na curva, o LDTA em dezembro de 2021 ficaria em (-R$ 2,7 bilhões), dessa forma sendo possível a aplicação da Resolução nº 55 por estar abaixo do LDTA de (-R$ 3,97 bilhões). No entanto isso não significa que estamos diante de um déficit fictício, pois ele OBRIGATORIAMENTE teria que ser objeto de equacionamento ao longo de 2023, sendo implementado em 2024.

Importante ressaltar que quando dos estudos que levaram a publicação da Resolução nº 55, o objetivo era de que o resultado de 2022 somado ao de 2021, tivesse como resultante um ETA superior ao alcançado em 2021, ou seja houvesse a redução do déficit, o que permitiria a implantação de um PED com menor valor, podendo até eliminar a sua necessidade, desde que o resultado ficasse acima do LDTA.

Ocorre que, na prática, pouca coisa mudou no 1º semestre de 2022 e o plano PPSP-R ao final de agosto apresentava um déficit acumulado de R$ 10,34 bilhões. Ou seja, nesse cenário aplicar a Resolução nº 55, seria correr um risco muito elevado, pois, em um cenário de incertezas, estaríamos simplesmente postergando para 2023 uma decisão que custaria mais caro aos participantes e assistidos.

Todavia, a aprovação do Conselho Deliberativo em 10/11/22, ficou condicionada a um eventual ajuste de valores, caso o PPSP-R apresente ao final do exercício de 2022 um resultado mais favorável. Isso significa que os valores e taxas a serem cobertos pelo PED 2021 poderão ser revisitados antes da implantação prevista para abril/2023.

Então por que não esperar esse resultado para a tomada de decisão? Porque a legislação vigente determina que o PED deve ser aprovado no ano subsequente ao déficit, sendo que o mesmo deve ser levado ao conhecimento das Patrocinadoras e, no caso da Petrobras, a mesma deve submeter a SEST, antes que a Petros possa enviar à PREVIC. Portanto, não tomar a decisão agora, seria assumir a aplicação da Resolução nº 55 com os riscos que já abordamos.

Logicamente que a essa altura muitos devem estar se perguntando, mas até quando vamos conviver com esse cenário de PEDs sucessivos, nada pode ser feito? A expectativa é de que a médio prazo os investimentos dos PPSPs estejam menos suscetíveis às oscilações de mercado, tendo em vista o plano de imunização, aprovado pelo Conselho Deliberativo, que está em curso desde setembro de 2021, o qual consiste na mudança do perfil de renda fixa de marcação a mercado para marcação na curva, aproveitando a conjuntura atual de que os títulos públicos estão com taxa de juros acima da meta atuarial dos planos, condição essa que não se verificava ao menos desde 2017.

Por fim, tendo por base algumas mensagens que circulam nas mídias sociais, gostaríamos de esclarecer alguns pontos:

Por que não se aplicou um PED 2021 ao PPSP-NR?

Ao final de 2021 o PPSP-NR apresentou Equilíbrio Técnico Ajustado (ETA) de (- R$ 775 milhões), abaixo do LDTA de (-R$ 864 milhões) e, portanto, não sendo obrigatória a implantação de um plano de equacionamento. No entanto, caso o resultado de contábil de 2022 aponte um déficit acima do LDTA, um PED 2022 terá que ser aprovado em 2023 e implantado a partir de 2024, ou seja, não há por que se indagar a não aplicação de um PED 2021 para o PPSP-NR. Ressalta-se ainda que apesar da similaridade entre os planos, o PPSP-NR recebeu, em dezembro de 2021, um aporte de R$ 743 milhões referente à Interbras, fato que foi essencial para manter o plano abaixo do limite de equacionamento.

Por que não aplicar a Resolução nº 55 se ela autorizou o expurgo do resultado deficitário que tenha sido originado pelas variações ocorridas na taxa de juros dos títulos públicos marcados na curva x títulos públicos marcados a mercado (déficits fictícios)?

Em nenhum momento a Resolução nº 55 fala em expurgo e muito menos em déficits fictícios, tanto isso é fato que os mesmos estão devidamente apresentados nas Demonstrações Contábeis de 2021 e, portanto, não importa se a Petros irá ou não vendê-los antes do vencimento.

Teremos que aguardar superávits sucessivos para que os valores do PED possam ser revistos?

Não. Conforme o § 3º do Art. 35 da Resolução 30/2018 do CNPC, ao ser registrado o equilíbrio atuarial do plano de benefícios antes do prazo estabelecido para equacionamento do déficit, deverá ser avaliada a necessidade de revisão do plano de custeio e de suspensão do plano para equacionamento do déficit.

Não aplicar a Resolução nº 55 é uma decisão de caráter político?

A decisão tomada pelo Conselho Deliberativo, por unanimidade, se baseou única e exclusivamente em aspectos técnicos, os quais têm sido divulgados pela Petros e, agora, enfatizamos alguns pontos relevantes. Vale lembrar que decisões postergadas no passado no âmbito da Petros, respondem hoje por grande parte do NPP.

Um forte abraço a todos,

Fernando de Castro Sá
Norton Cardoso Almeida
José Roberto Kaschel Vieira
15.11.2022























17 Comentários

  • Carlos Alberto Soares Viana

    Caríssimos boa noite,
    Li a justificativa assinada pelos digníssimos conselheiros onde explicam, mas não justifica, um Ped onde se pode empurrar por 1 ano a sua implementação ou não tendo em vista vários aposentados apresentam saúde debilitada não podendo arcar com mais esse desconto.
    Att,
    Carlos Alberto

    • hervalfilho

      Prezado Carlos Alberto, bom dia

      Vou comentar a sua resposta em respeito a sua angústia – que também é minha e nossa, visto que também sou participante do PPSP-R. Nenhuma explicação, entendo eu, principalmente pelo momento porque passamos, seria suficiente para curar as nossas feridas abertas desde os sucessivos déficits que culminaram nos PED 2015 e 2018, repaginado pelo NPP, em 2020, e agora, mais uma vez, um PED 2021, que pelos normativos da PREVIC tem que ser tecnicamente aprovado em 2022 para ser implantado em 2023. Conforme explicado no texto, que não teve a minha participação, mas conta com a minha chancela, a Resolução CNPC Nº 55, DE 29 DE JUNHO DE 2022, dispõe sobre as condições e os procedimentos a serem adotados pelas Entidades Fechadas de Previdência Complementar – EFPC, em caráter de excepcionalidade, para o equacionamento de déficits relativos ao exercício de 2021. Todavia, cabe ao Conselho Deliberativo, após estudos realizados pela Diretoria de Seguridade da Petros, aprovar, ou não, a implementação do referido PED 2021, em consonância com as regras dispostas na Resolução CNPC Nº 30, de 10 de outubro de 2018, que aborda as condições e procedimentos a serem observados pelas EFPC em relação a superávits e déficits, onde o art. 29 diz “Observadas as informações constantes em estudo específico da situação econômico-financeira e atuarial acerca das causas do déficit técnico, deverá ser elaborado e aprovado o plano de equacionamento de déficit até o final do exercício subsequente, se o déficit for superior ao limite calculado pela seguinte fórmula: Limite de Déficit Técnico Acumulado = 1% x (duração do passivo – 4) x Provisão Matemática“.

      Eu não gosto muito de usar termos negativos, mas, infelizmente, o resultado dos nossos investimentos em carteira, até o presente momento, não indicam que em 2022 a rentabilidade dos planos PPSPs – e nesse caso o Repactuados, objeto do PED 2021, acumulado (2021 mais 2022) nos dá a segurança necessária a não aprovação de um PED a ser cobrado a partir de 2023. No site da Petros, foi divulgada a rentabilidade do PPSP-R, até out/2022, em 7,9% e o objetivo de retorno de 8,8% – ainda abaixo do esperado. Um equacionamento nada mais é que um procedimento cujo objetivo é buscar, observando-se as regras em vigor, o equilíbrio entre os recursos garantidores e a reserva matemática do plano deficitário. É importante relembrar que o PED 2015 deveria ter sido aprovado em 2016, aplicado em 2017 – contudo a Diretoria da Petros, à época, perdeu o prazo legal para apresentar o PED, à PREVIC, cujo valor era de R$ 22,6 bilhões, em 2017, mas foi corrigido pela meta atuarial de 2017 e implantado em março de 2018, passando para R$ 27,7 bilhões.

      Prestes a completar 3 anos de mandato, em 26 de novembro de 2022, creio que, particularmente, temos avançado muito no fortalecimento das estruturas basilares dos planos, na governança corporativa, com profissionalismo e responsabilidades claras, e redirecionando a Petros para um futuro menos sombrio do que aquele que encontramos lá atrás. Todavia, não se consegue mover um transatlântico do tamanho da Petros, que administra R$ 118 bilhões com a mesma velocidade de um veleiro.

      Finalizando, reproduzo um trecho da carta escrita pelos conselheiros titulares eleitos que diz “caso o PPSP-R apresente ao final do exercício de 2022 um resultado mais favorável. Isso significa que os valores e taxas a serem cobertos pelo PED 2021 poderão ser revisitados antes da implantação prevista para abril/2023.

      Abraços, Herval.

  • Sergio Senra Garcia

    Prezados Conselheiros,
    Os PEDs sejam quais forem, são causados principalmente por problemas estruturais nos PPSPs, os quais não são sanados porque a Patrocinadora assim não o deseja fazer. Quanto as causas conjunturais, estas sim temos que dividi-las com a Petrobras.
    Então, haverá PEDs sucessivos enquanto não houver solução. Desta forma, opino a favor da decisão de vocês, para não acumular déficits.

  • Sergio Welter

    Srs. Conselheiros:
    Discordo com esse novo Ped aos repactuados.
    Qual o problema que está ocorrendo em nosso plano que não tem apresentado resultados insatisfatórios ao passo que outros fundos como a Previ, Funcef e Postalis tem apresentado excelentes resultados em seus investimentos a ponto de suspender seus Peds.
    Algo estranho está ocorrendo na Petros e os srs. tem o dever de investigar porquê esses maus resultados dos investimentos.
    Se for por falta de qualificação e sem capacidade dos gerentes que sejam exonerados de seus cargos e contratados outros.
    Sugiro a Petros interagir com a Previ, Funcef e Postalis para colher subsídios para saber qual a mágica que seus investimentos estão dando excelentes retornos.
    Quando uma empresa está mal financeiramente começa cortar gastos, demitir funcionários, rever seus investimentos, etc. para conter despesas.
    E a Petros o que está fazendo?
    É muito simples repassar a conta aos assistidos através de um novo Ped para cobrir déficits.
    E quanto a dívida da Patrocinadora está ou não pagamento sua parcela?
    Não é justo que se lance um novo Ped caso a Patrocinadora não estiver honrando com seu compromisso.
    Em fim, sinto um caixa preto na Petros sem transparência e deveria ser contratado uma auditoria externa para saber o que vem ocorrendo com aumentos sucessivos do déficit.
    Gostaria receber um retorno sobre meus questionamentos.

    • José Roberto

      Prezado Sérgio, boa tarde!!!

      Entendo seu descontentamento com o PED 2021, sentimento do qual inclusive compartilho.

      Nossa carta teve como principal objetivo trazer aos participantes e assistidos dados técnicos que envolveram a nossa tomada de decisão, alguns deles que inclusive vão ao encontro de seus questionamentos.

      De qualquer forma, vou trazer algumas informações, não para convencê-lo, mas para tentar demonstrar que não estamos parados.

      O primeiro deles é que não há como fazer a simples comparação dos investimentos da Petros com os de outras fundações quando as carteiras são bastante distintas. Um dos exemplos são as aplicações em renda fixa (títulos do tesouro), no qual o perfil da Petros até set/21 era de títulos marcados a mercado, os quais responderam por um impacto de cerca de R$ 5 bilhões no resultado de 2021, sendo que a ação para isso é o plano de imunização que citamos na carta. Não podemos também nos esquecer que pagamos um preço elevado de alguns investimentos que resultaram em perdas significativas para os planos da Petros no passado recente, para as quais a nossa carteira, em um plano maduro, não permite a recuperação no curto e médio prazo, a não ser aumentando os riscos dos investimentos, o que somos totalmente contra.

      Portanto, não se trata de investigar o que vem sendo feito, mas sim, adequar nossa carteira para que possamos minimizar os riscos conjunturais e, para tal, entendo que o perfil dos profissionais da área de investimentos é adequado para esse desafio, sendo isso evidenciado pela dificuldade na contratação e retenção de profissionais da área.

      Sobre os gastos posso falar com propriedade, pois tenho sido relator da pauta que aprova o custeio administrativo da Petros e junto com o Conselho Deliberativo temos sido implacáveis nesse ponto. Mesmo assim, apesar de entendermos que ainda há margem de redução nos gastos do Jurídico e TI, principalmente, a Petros reduziu nos últimos anos seu custeio de R$ 350 milhões para R$ 250 milhões, inclusive com redução de pessoal, valores esses não deflacionados. Mas, mesmo assim, continuamos trabalhando em otimizar esses custos, pois sabemos que quando comparados a outras fundações ainda temos um custo elevado.

      Quanto às dívidas da Patrocinadora falando especificamente dos valores do PED, estes são pagos na mesma proporção de participantes e assistidos. No caso do PED 2021 as Patrocinadoras assumirão um compromisso da ordem de R$ 3,8 bilhões para com o PPSP-R.

      Enfim, até por estar em uma posição privilegiada, não vejo hoje a Petros como uma “caixa preta”. Existem sim pontos a serem melhorados. No entanto, vejo muito mais uma fundação que me parece ter sido muito mal gerida durante décadas, não tomando decisões difíceis nas horas certas, ou até tomando decisões equivocadas, como no caso dos investimentos, talvez por acreditar que estaríamos eternamente sob a proteção de sua maior patrocinadora a Petrobras.

      Muita coisa mudou nos últimos anos e a Petros também. Desde 2015 sua governança foi fortalecida, com a criação de comitês de auditoria, de riscos e de investimentos, todos eles com a participação de membros externos e isso nos dá uma maior segurança, além de ser hoje reconhecido pelo mercado.

      A essa altura você deve estar se perguntando: mas nós continuamos a pagar uma conta que não demos origem? Infelizmente sim. Particularmente, entendo que o passado deve ser reparado via judicial por meio de diversas ações em curso e outras que ainda virão com certeza. Enquanto isso, nós que fazemos parte da administração atual, temos que cuidar do hoje e olhar para a frente, porém sem nunca esquecer de olhar o retrovisor, pois ele nos traz muito aprendizado, principalmente naquilo que não deve ser feito.

      Abs

  • Sergio Welter

    Obrigado José Roberto pelo retorno.
    Espero que o sr. esteja falando a verdade pois só os senhores podem nos informar o que vem ocorrendo na Petros e nos defender a fim de evitar que o plano venha quebrar.

    • José Roberto

      Sérgio boa tarde!!!
      Não nos conhecemos e talvez isso possa levá-lo a levantar dúvida quanto às minhas respostas às suas indagações.
      Estou no CD há 3 anos, tenho ainda um ano de mandato e me dedico ao máximo para ajudar a termos uma Petros melhor.
      Após 38 anos de Petrobras, onde construi minha história profissional e muitos tiveram a oportunidade de me conhecer, hoje encaro a Petros como uma missão e não teria qualquer motivo para gastar meu tempo com inverdades, pois acima de tudo estão meus valores e princípios.
      Vamos em frente em busca de uma Petros melhor para todos.

    • hervalfilho

      Desculpa, Sérgio Welter, ter que “atravessar” um diálogo entre você e o José Roberto, mas eu não posso deixar de dar o meu depoimento. Eu posso até não concordar com o José Roberto Kaschel Vieira em todas as suas opiniões e posicionamentos. Estou casado há quase 26 anos com a minha segunda mulher e nem com ela eu concordo totalmente. Todavia, posso lhe garantir que nos meus 38 anos de Petrobras e quase 3 anos e meio que eu conheço o José Roberto, eu não conheço pessoa mais integra, responsável e ética que seja superior a ele; talvez igual. Por conseguinte, acredito, você não foi feliz na escolha de suas palavras. Eu assino embaixo das palavras do meu amigo José Roberto, mesmo, reitero, algumas vezes discordando dele.

      Acredite, meu amigo, somos pessoas responsáveis e sérias e não temos, absolutamente, nenhum apego ao cargo de Conselheiro. Eu não pretendo me reeleger, porque é cansativo, desgastante e frustrante sermos criticados, muitas vezes de forma vil (mas não é esse o seu caso), por aqueles que nos confundem com outros que nos levaram a essa atual situação.

      Muita luz e paz para todos nós.

  • Paulo Pereira

    Prezados,
    Sobre esse assunto tenho uma dúvida que já levantei em outros fóruns, porém não recebi resposta. Talvez aqui seja a oportunidade de saná-la.
    É com relação à destinação dos valores obtidos pela Petros na ação contra a União, em razão a extinção da Interbrás.
    Pelo pouco que foi informado a respeito, deduzo que a partir da extinção da Interbrás, em 15 de março de 1990, não houve mais o recolhimento à Petros da contribuição relativa à patrocinadora Interbras, porém os assistidos ligados àquela empresa continuaram a receber suas aposentadorias e pensões, custeados pelo fundo coletivo (Conta de Benefícios Concedidos) do PPSP, enquanto se buscava no Judiciário que a União, na condição de sucessora da empresa extinta, arcasse com a obrigação. Portanto nessa fase o fundo unificado, de Repactuados e Não-Repactuados, suportou as consequências dessa obrigação inadimplida pela União.
    A meu entendimento, essa situação perdura por 28 anos, até 01 de abril de 2018, quando houve a cisão do Plano Petros do Sistema Petrobras (PPSP). Nessa data, aquele fundo unificado que carregava em si um déficit provocado pela inadimplência da União, foi cindido em dois (PPSP-R e PPSP-NR) conforme a proporção dos compromissos futuros do plano com cada grupo de participantes.
    E assim sendo, o patrimônio dos dois grupos foi afetado pela inadimplência da União e não apenas o fundo do PPSP-NR. Razão pela qual não compreendo a opção da Petros em indenizar apenas o patrimônio do plano dos Não-Repactuados.

  • Solange Virilo Borbily

    Lamentável essa posição dos conselheiros. Tendo prerrogativa para não implantar o PED, aprovaram mesmo assim. Nos dois anos que o resultado do PPSP-R foram positivos não houve redução do equacionamento. Pagamos pela péssima administração do plano e estamos sujeitos a equacionamentos vitalícios toda vez que apresentam déficit. Se o plano precisava de caixa porque aplicaram em títulos com marcação a mercado? Não são profissionais? Não vivem fazendo marketing dos investimentos? É muito fácil obrigar o aposentado a pagar equacionamento! Cadê a gestão, a redução de custos e os resultados que necessitamos?

    • José Roberto

      Prezada Solange,
      Acredito que vc não tenha lido a nossa carta ou se leu não entendeu o que lá está explicado. Não existe a opção de não implantar e muito menos expurgar como tem sido dito por aí. A opção é postergar e obrigatoriamente fazê-lo em 2023, somando o resultado de 2022 que, se já não era bom, piorou nos últimos dias e isso vc pode verificar vendo TV ou lendo notícias sobre o economia.
      Enfim, não é bom termos PED, mas fatos são fatos e discursos são discursos.
      Att

    • Herval Filho

      Boa tarde, Solange Borbily

      Por que lamentável? Não entendi. Nós criamos esse blog para dar VOZ a todos os participantes, sem dúvidas. Contudo, cada vez mais se faz necessário nos comunicarmos melhor: TODOS nós. A Petros, investindo fortemente na Educação Previdenciária, e para isso se utilizando de mídias sociais disponíveis, a exemplo do Youtube e LinKedin; os participantes, fazendo uso dessas mídias para entender mais e melhor a respeito desse tema: Previdência Complementar e nós, conselheiros, criando mecanismos de aproximação com os participantes, a exemplo desse blog, criado em 12 de fevereiro de 2020.

      Reitero: NÃO EXISTE A PRERROGATIVA DE NÃO IMPLANTAR O PED. Existe a possibilidade de prorrogar para 2024, atualizando o déficit de 2021 pela meta atuarial que vigorará a partir de 2023. É só relembrar o que aconteceu entre 2017 e 2018, quando o PED 2015, que deveria ser implantado em 2017, foi atualizado pela meta atuarial de 2017 e implantado a partir de março de 2018. Em ordem de grandeza, era R$ 22 bilhões, passou para R$ 27 bilhões.

      Os resultados da rentabilidade obtida em 2019, R$ 10 bilhões, foram aportados para as Reservas Matemáticas do PPSPs, ainda bem, graças a Deus! Em 2020, os resultados foram bem menores que 2019. A senhora fala em “redução do equacionamento”. O.K. Caso isso fosse feito, teríamos em PED ainda maior em 2021, porque precisaríamos de um Patrimônio de Cobertura ainda maior que o atual, visto que teríamos R$ 10 bilhões a menos nas Reservas Matemáticas dos Planos, isso ficou claro?

      O Patrimônio de Cobertura, também conhecido como Recursos Garantidores, é a soma de todos os recursos aplicados em investimentos que se destinam a honrar o pagamento dos benefícios aos participantes, assistidos e pensionistas do plano. No caso dos PPSPs, esses recursos se encontram aplicados em investimentos de rendas fixa e variável, participações acionários e imóveis.

      A Reserva Matemática, representa o valor atual dos compromissos futuros do plano com o pagamento de benefícios para todos os seus participantes até a morte do último assistido ou pensionista.

      O déficit técnico, por conseguinte, ocorrerá quando o valor total do Patrimônio de Cobertura é inferior ao montante das Reservas Matemáticas.

      Infelizmente (ou será felizmente?) o nosso PED é vitalício, mas poderia ser pior se tivéssemos que usar da regra anterior que só permitia o pagamento do equacionamento no máximo de tempo da duração das Reservas Matemáticas dos planos, multiplicado por 1,5. A duração dos PPSPs, quando foi implantado um Novo Plano de Pagamento, a partir de junho de 2020, era de 12 anos, que multiplicados por 1,5 significaria que o PED 2015, somado ao PED 2018, teria que ser pago em 18 anos, com alíquotas muito maiores que aquelas aplicadas em 2020.

      Os títulos aplicados a mercado buscam capturar o momento da economia. Quando perdemos, lamentamos, sem dúvidas, mas existem regras, também, para o percentual de títulos de renda fixa que farão parte do portfólio de investimentos das Fundações. Por fim, os conselheiros, tanto eleitos, quanto indicados são responsáveis por tomadas de decisões ou deliberações, que podem soar “perversas”, mas são necessárias para a garantia da sobrevivência dos nossos benefícios pagos a aposentados e pensionistas. Tanto eu, Herval, quanto o José Roberto, somos PPSP-R e vamos pagar esse equacionamento. Não se trata de masoquismo e sim de responsabilidade com o nosso patrimônio, no meu caso, construído desde 1979, na Petrobras e depois como aposentado, recebendo benefícios da Petros, a partir de janeiro de 2017.

  • Antonio Carlos

    Prezados Conselheiros, agradeço a existência deste blog e da oportunidade dos esclarecimentos.
    Dos esclarecimentos emanados por vocês, ressalta a questão das aplicações na renda fixa, que estariam desbalanceadas.
    O PRD Bruno Dias admitiu que em 2011 a Petros se desfez de 95% dos títulos de Renda fixa marcados na curva, para aplicar em projetos que, ou não vingaram, ou foram objeto da Lavajato/Greenfield, ou até hoje são carregados com péssima performance no portfólio da Petros.
    Mas, do total do plano, de mais de 100 bi, 70% permanecem ainda aplicados em Renda Fixa, ou seja, mais de 70 bi.
    Diante dessa realidade incontestável, para o conhecimento geral e irrestrito de todos, peço a gentileza de informarem:
    (i) do total aplicado na renda fixa, hoje, quantos % estão aplicados “na curva”e quantos “a mercado”?
    (ii) neste momento, para prover liquidez ao plano, qual a porcentagem de cada modalidade de títulos da renda fixa estão sendo vendidos? E qual, no mês de Outubro findo, por exemplo, foi o ágio/deságio médio dessas vendas, para cada modalidade de aplicação em relação ao seu vencimento?
    (iii) Qual o tempo previsto em que, na hipótese mais otimista, haverá o equilíbrio na carteira da renda fixa em função do processo de imunização aprovado pelo CD?
    Obrigado

  • Antonio Carlos

    Prezados Conselheiros, agradeço a existência deste blog e da oportunidade dos esclarecimentos.

    Dos esclarecimentos emanados por vocês, ressalta a questão das aplicações na renda fixa, que estariam desbalanceadas.

    O PRD Bruno Dias admitiu que em 2011 a Petros se desfez de 95% dos títulos de Renda fixa marcados na curva, para aplicar em projetos que, ou não vingaram, ou foram objeto da Lavajato/Greenfield, ou até hoje são carregados com péssima performance no portfólio da Petros.

    Mas, do total do plano, de mais de 100 bi, 70% permanecem ainda aplicados em Renda Fixa, ou seja, mais de 70 bi.

    Diante dessa realidade incontestável, para o conhecimento geral e irrestrito de todos, peço a gentileza de informarem:

    (i) do total aplicado na renda fixa, hoje, quantos % estão aplicados “na curva”e quantos “a mercado”?

    (ii) neste momento, para prover liquidez ao plano, qual a porcentagem de cada modalidade de títulos da renda fixa estão sendo vendidos? E qual, no mês de Outubro findo, por exemplo, foi o ágio/deságio médio dessas vendas, para cada modalidade de aplicação em relação ao seu vencimento?

    (iii) Qual o tempo previsto em que, na hipótese mais otimista, haverá o equilíbrio na carteira da renda fixa em função do processo de imunização aprovado pelo CD?

    Obrigado

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